6 de jun. de 2011

Cemitério de escravos em Portugal

Um cemitério de escravos africanos, datado do século XV, foi encontrado na cidade de Lagos, sul de Portugal, na sequência das escavações para a construção de um parque de estacionamento em setembro de 2008. O cemitério descoberto, de extraordinária importância, já é considerado o mais antigo desse tipo no mundo. Os 155 esqueletos de homens, mulheres e crianças estavam dispostos de maneira aleatório, numa lixeira que esteve ativa entre os séculos XV e XVII.

Os trabalhos de construção do parque deram, contudo, primeiro com outro cemitério: o de leprosos. Também se sabia que no local no século XV funcionava uma gafaria (hospital de leprosos), e o achado de aproximadamente 20 esqueletos, com sinais muito evidentes de lepra, venho a confirmar os textos da época. A diferença dos esqueletos africanos, os mortos pela lepra estavam sepultados de maneira ordenada. Isso porque no caso dos escravos, esses eram jogados sem nenhum cuidado cerimonial na lixeira, que funcionava, juntamente com a gafaria, na parte exterior da muralha da cidade.

Os trabalhos feitos por arqueólogos da Universidade de Évora, no primeiro semestre de 2009, constataram a existência de pelo menos quatro crânios com os dentes ritualmente moldados. Julga-se que poderá ser possível identificar a procedência desses homens, uma vez que se sabe que algumas populações da África ocidental possuíam a prática de esculpir ritualmente alguns dos seus dentes.

Vários dos esqueletos possuíam marcas de violência, como a posição das mãos indicando estarem amarrados atrás das costas. Também foi encontrado o de uma criança recém nascida juntamente ao de uma mulher provavelmente a sua mãe e que possivelmente tenham morrido no momento do parto.

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