28 de ago. de 2010

A resposta de Tanganyka ao explorador Livingstone

Durante o século XIX, inúmeros exploradores europeus e estadunidenses percorreram o continente africano, financiados muitas vezes pelos seus próprios países, com o intuito de "descobrir" e desvelar os segredos geográficos, hidrográficos, fauna, flora, religiões, culturas, línguas da África e dos seus habitantes.
Apropriar-se desse conhecimento era fundamental para sentar as bases do assalto ao continente que se iniciaria no final do século XIX e princípio do XX.

Esses exploradores acabaram por nomear rios, cataratas, lagos, relevos conhecidos pelos africanos desde tempos mais que antigos. A lógica era essa: como os africanos eram considerados incivilizados, nada mais normal esses lugares serem "batizados" pelos primeiros civilizados que aí chegassem. Como naquele famoso poema de Bertold Brecht:

Quem construiu Tebas, a das sete portas?
Nos livros vem o nome dos reis,
Mas foram os reis que transportaram as pedras?
(...)

Isso tudo vem a propósito de um encontro entre o mais conhecido desses exploradores, o também missionário escocês David Livingstone, morto em 1873, e um líder africano chamado Tkerecaloma . Este fora questionado pelo europeu se já tinha ouvido falar dos homens que comem gente, numa clara alusão ao pretendido canibalismo africano.

Tenho - respondeu Tkerecaloma, - mas nós sempre supomos que semelhante monstruosidade, bem como as outras, só existiam entre vós, os que andam pelo mar.

Um comentário:

  1. Muito interessantes as informações,me ajudaram muito,obrigada!

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