8 de mar. de 2011

Presidente da Guiné Equatorial no carnaval do Rio

Acabei de ler no blog Diário da África, que reproduziu um texto do O Globo, da presença do presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, no desfile das escolas de samba no Rio de Janeiro.

RIO - Em sua estreia no carnaval carioca, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, presidente da Guiné Equatorial, fechou um camarote duplo para os seus convidados no setor par da Avenida Sapucaí

(...)

Eleito pela revista "Forbes" o oitavo governante mais rico do mundo, Obiang mostrou empolgação a valer quando avistou o jogador Ronaldinho Gaúcho entre a Velha Guarda da Portela:- Ele é muito bom jogador - exaltou.O camarote de Obiang é totalmente revestido de tecido vermelho, do chão ao teto. Em uma das paredes, um retrato seu emoldurado chamava a atenção de quem passava pela lateral da pista. Os 50 convidados de sua comitiva bebiam muita champanhe em taças de cristal durante os desfiles.


O texto também fala da tentativa, aparentemente falida, do filho Teodorin Obiang de comprar um iate que custaria quase três vezes o que o país gasta em educação e saúde por ano.

Lembrei-me então de um artigo que li já a algum tempo (2009) escrito pelo único deputado da oposição do país africano, Plácido Micó.

A Guiné Equatorial desde a sua independência em 1968 (era uma colônia espanhola) conheceu apenas dois presidentes. O atual, Obiang Nguema - há 31 anos no poder -, e o seu tio, Francisco Macías Nguema.

Para o oposicionista Plácido Micó, o governo anterior foi em muitos aspectos até pior do que o atual: "A sangrenta ditadura de Macías foi de um horror, de uma crueldade e destruição indescritível, arruinou economicamente o país, administrado como uma grande fazenda, e não construiu a menor instituição de Estado digna desse nome."

Obiang Nguema conta, desde uma década e meia, com a abundância de petróleo para financiar-se no poder e aumentar cada vez mais as suas contas bancárias. Até a alguns anos atrás, a estadunidense Exxon-Móbil depositava os direitos que devia pela exploração do petróleo na costa guinéu-equatoriana diretamente em contas pessoais do ditador.Chegou se ao cúmulo do Estado ter que "roubar" o presidente-ditador para pagar as sua contas.

E isso não é pouca coisa para uma país que vê 90% do seu PIB sair da exploração do petróleo.

Apesar da riqueza proveniente da exploração petrolífera e da fortuna acumulada pela família do mandatário, o país do Golfo da Guiné, que faz fronteira com Camarões ao norte, e Gabão ao sul, não possui uma única biblioteca em todo o pais, nem pública nem privada.

O deputado Plácido Micó acusa os "países de sempre" (China, Cuba, Marrocos, Coreia do Norte, o Zimbábue de Mugabe...) de dar apoio internacional à ditadura do seu país, mas também aos Estados Unidos e as suas petroleiras. E parece ser que agora também a Espanha.

Lembremos que na sua última visita ao continente africano, o ex-presidente Lula esteve na Guiné Equatorial promovendo, entro outras coisas, os interesses da Petrobras na região.
Será que promoveu o carnaval carioca também?

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