6 de jun. de 2009

Existe negros na Argentina?

Ao alcançar a independência em 1816, um de cada três habitantes do atual território argentino era negro. Imersa em três grandes confrontos militares num curto espaço de tempo (pela Independência, civil e a famosa Guerra do Paraguai) o país viu a sua população de afrodescendente diminuir brutalmente.


Num artigo publicado pela jornalista Rosario Gabino no site da BBC Muno em 2007 (versão em espanhol), podemos ver como uma parte da sociedade Argentina luta para impedir agora a eliminação dos negros do imaginário coletivo nacional. Segundo Miriam Gomes, vice-presidente da sociedade cabo-verdiana da Argentina, existem quase dois milhões de negros no país. Dado similar apresentado pelo Instituto Nacional de Estatísticas e Censos (INEC) com apoio do Banco mundial.

Esse número, contudo, é contestado pelo historiador Felipe Pigna ao afirmar que “lamentavelmente, houve uma desaparição física da cultura negra. Isso não quer dizer que não haja que trabalhar para resgatá-la, porém não se pode passar a dizer automaticamente que os negros seguem vivos e que exista dois milhões de negros. Aqui existe uma escassa presença da cultura africana, hoje em dia.”

Identidade nacional
Para Miriam a pergunta não é por que não existem negros na Argentina e sim por que não os vemos quando sim que existem. A resposta vai bem mais além da eliminação física a que foram submentidos os negros pela defesa, curiosamente, da própria Argentina no século XIX. Soma-se a isso o imaginário coletivo tão desejoso de querer ver a Argentina como um pedaço da Europa nos trópicos. Como exemplo disso, lembra Miriam, a resposta do ex-presidente Carlos Menen quando perguntado de se existia negros na Argentina: “não, esse problema tem o Brasil”.

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